terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Nem eu conseguia inventar tantas desculpas. E olhem que eu tenho bastante imaginação!

Ou há de ser por causa do raio dos recibos. Ou há de ser porque não querem perder os subsídios de desemprego. Ou há de ser porque os impostos são muito altos. Ou há de ser porque precisam do sábado de manhã para descansar. Ou há de ser porque não conseguem ter horários fixos. Ou há de ser precisamente porque têm horários fixos. Ou há de ser pela distância. Ou há de ser pelo custo dos transportes. Ou há de ser por terem muito trabalho. Ou há de ser por uma formiga lhes ter atravessado o caminho...

Caramba, gente! Não há paciência para isto! Não querem trabalhar, não se deem ao trabalho de enviar candidaturas. Assim não me chateiam. A sério, é um bem que fazem a todos!

Estou farta, fartinha de tentar recrutar profissionais competentes e responsáveis, e sempre em vão. Ouço tantas, mas tantas desculpas como estas (e outras ainda mais esfarrapadas), que já estou a chegar ao meu limite mesmo. E 90% delas vêm de pessoas novas, que estão no "desemprego" e não querem abdicar do seu subsídio de preguicite em função de um ou vários trabalhos. É o estúpido incentivo da inércia, que o nosso país tão bem promove. Adorava que todas estas pessoas fossem fiscalizadas. São as primeiras a criticar políticos e outras classes que tais e são as primeiras a quem apontar o dedo. Era investigar e acabar com esta podridão e negociação suja que estes "profissionais" tentam fazer, quais senhores donos inquestionáveis da razão, e ver se baixavam as orelhas e trabalhavam, de facto, onde houvesse trabalho. Ou se eram tão caprichosos na hora de pôr alimento na mesa para os filhos.

Se o que se oferecesse fosse mau - que não é - ou se as condições de trabalho fossem fracas e desrespeitadoras - que não são, claramente - ainda compreenderia. Definitivamente, não pode haver justificação.

Conto pelos dedos de uma mão os bons profissionais que tive e tenho a trabalhar comigo (e já lá vão uns anos). É muito desanimadora, esta realidade. Que tristeza de país e de mentalidades! Que vergonha para a minha classe (que detesto, por sinal.). De facto, dão excelentes pretextos para serem falados, vaiados e até desconsiderados nas suas causas.


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