Hoje numa conversa com a minha mãe:
Eu - Porque não adotam um cão?
Mãe - Não temos vida para isso, Joana. Estamos sempre aqui e li, vamos para uma aldeia, para a outra, temos as nossas atividades, as obrigações e não queremos ter um animal, quando não lhe podemos dar tudo o que merece. Ficar em casa preso, não. Para além disso, é uma complicação nas férias e ter um animal é sempre um gasto. Não temos disponibilidade nem vida para isso.
Eu - (eternamente inconformada) Isso são desculpas. Se há pessoas que poderiam ter um cão, são vocês. Se vissem a realidade dos canis atualmente, as histórias que aparecem, os maus tratos, os atropelamentos, tudo, não falavam assim... uma coisa é ouvir nas notícias, outra é conhecer de perto as histórias.
Mãe - Nós sabemos perfeitamente disso. Mas ter um animal é uma responsabilidade enorme e exige de nós uma disponibiliade que não temos.
(E diz da forma mais lampeira e desafiadora que consegue às poucas horas da manhã:)
Dá-nos antes um neto!
Eu - (ainda aparvalhadinha) Um neto?! Sim, porque para além de serem comparáveis, um neto exige muuuuuito menos responsabilidade e gastos do que um cão...
Mãe - (já ao longe...) Um dia, um dia...
Espero bem que se estivesse a referir à hipótese de ter um cão. É que um neto ainda é coisa para tardar.
Esta minha mãe é um ponto.
Tenho bem a quem sair.