terça-feira, 29 de março de 2011

Eu achava que tinha um bom raciocínio lógico, mas afinal...


Alguém me explica, por favor, qual o propósito das greves de tudo o que é transporte estarem a acontecer em catadupa numa altura em que temos um governo demissionário e vivemos num impasse tal, que nem nós próprios sabemos em que pé estamos? Neste contexto, qual é o objectivo destas paragens? Deitar abaixo o governo? Feito, meus senhores. Exigir condições? A quem? Para quê isto nesta altura? Esclareçam-me, por favor. É que eu estou convencida de que estas greves são muito despropositadas e inconvenientes. E que só afetam mesmo o mexilhão.


segunda-feira, 28 de março de 2011

A ou B?


Cheguei oficialmente à fase da minha vida em que, para onde quer que me vire, só vejo pessoas a viver a ansiedade de uma (in)decisão e confrontadas com dois caminhos. Não sei se é uma coincidência, ou se é suposto haver um período da vida em que isto aconteça. Está bem que eu vivo constantemente neste limbo, mas ver tantas pessoas perante o mesmo dilema faz-me pensar na matéria de que somos feitos. Crescemos com os desafios, é certo, mas num ambiente de tanta indefinição, ter ainda que conseguir acertar em todos os caminhos... é dose. A verdade é que mínimas ou grandiosas, eternas ou passageiras, opções são sempre opções. São difíceis, são arriscadas. Mas são necessárias. 



quinta-feira, 24 de março de 2011

Até agora.


Hoje está a ser o dia em que fui excluída de um procedimento concursal por motivos desconhecidos, em que recebi uma proposta miserável na minha área para trabalhar a 3€ à hora e em que soube que ganho apenas 30% do valor que uma empresa de formação com a qual colaboro cobra aos meus formandos. Que ânimo.  

Fazendo as contas...


Há um ano, nesta data, estava a começar a minha melhor jornada profissional desde sempre. Pena que, volvidos 365 dias, dessa experiência apenas restem memórias e uma ou outra fotografia. 


quarta-feira, 23 de março de 2011

O lado menos bom da minha profissão


O tempo de preparação demorar infinitas vezes mais do que o do próprio exercício da actividade.



terça-feira, 22 de março de 2011

Artur Agostinho


Fiquei muito, mas muito triste, com a notícia da morte de Artur Agostinho. Era uma pessoa que eu adorava, que considerava muito dócil e correcta, sempre com um sorriso genuíno e com uma fantástica visão da vida. Ensinou que a idade não é impeditivo de nada e que as coisas menos boas nunca haveriam de superar as que realmente interessam. Gostava muito dele e tinha um grande carinho e respeito pela forma como encarava a vida.
Sempre que o via, sobretudo nos últimos anos, dizia sempre que um dia que ele partisse, eu iria ficar muito triste. Infelizmente, esse dia foi hoje. 

segunda-feira, 14 de março de 2011

Pingo muito pouco doce


Hoje tive de ir ao Pingo Doce. Consegui entrar na loja, efectivar a compra e sair sem que alguém me tenha proferido uma palavra que fosse. Então na caixa foi extraordinário. Eis o monólogo:

Eu: Boa tarde.
Funcionária: (silêncio)
(passa o produto no leitor e aponta para o mostrador com o valor total)
Eu: (cara de indignada) Aqui tem.
(Ela dá-me o troco, olha para o senhor que me segue na fila, preparada para o atender, e diz: "Boa tarde, Sr. Óscar! Como está?")
Eu: Por favor, ainda não acabei de ser atendida. Queria o talão de compra.
Ela: (silêncio, revira os olhos e dá-me o talão. Prepara-se para retomar a conversa com o senhor e eu interrompo.)
Eu: Nem me perguntou se queria saco...
Ela: (com ar de "ups")
Eu: Mas também não preciso. Era só para confirmar como fui mal atendida. Muito obrigada pela simpatia. (E vim embora).

Tamanho menosprezo e provocação silenciosa são inadmissíveis. E os jovens é que não têm valores e atitudes maduras, certo.

 

sexta-feira, 11 de março de 2011

Espirra, tosse, espirra, tosse...

Eu nunca sofri com as alergias. Nunca... até ao ano passado. Lembro-me que comecei a ter fortes dores de cabeça nas alturas mais improváveis, quando estava calma, o tempo estava bom e me sentia bem. Mesmo assim, não liguei e associei a enxaquecas - que em mim, infelizmente, são mais que habituais. Depois começaram os espirros e os olhos sempre vermelhos. Coisa pouca, mas suficiente para que eu associasse a inícios de constipação. E depois veio uma reação na pele. Acorda, Joana! Pronto, "caiu a ficha": eu já não era imune às alergias. Tinha-me tornado numa vítima dos pólens.
Ontem, recomeçou a minha bela viagem por este fantástico mundo. Uma dor de cabeça insuportável, uma necessidade de fechar os olhos, de não aguentar a luz ou o ar livre por começar logo a lacrimejar e uma tosse irritativa (e irritante, admito). Como não quero seguir pela via da medicação, que me poria a dormir horas e a fazer-me andar qual zombie de um lado para o outro, ando pela via das pastilhas elásticas  hiper-extra-mega fortes e das inalações de Vaporubs, águas do mar e afins. Concluindo, toda eu sou agora frescura. Toda eu sou agora uma grande frente de ar frio. Toda eu sou agora uma gigante Super Gorila de mentol.


quarta-feira, 9 de março de 2011

Sabemos que para algumas empresas somos puro lixo quando...


... enviamos uma carta de apresentação e recebemos um mail de resposta exatamente como este:

"Bom Dai

Obrigada pelo envio do seu cv.

Neste momento, não estamos á procura de ninguém., guardamos o seu CV, para uma oportunidade que surja.

Boa Sorte"


Principalmente, quando nunca enviámos um CV em anexo. Ainda bem que se trata de uma empresa de renome... com tanto desprezo, desmazelo na escrita, nas regras gramaticais e de acentuação, era uma deceção se fosse uma pequena empresa familiar.
Tristeza de país.

 

segunda-feira, 7 de março de 2011

Da Luta pela Eurovisão.

Ora vamos lá à minha opinião (se é que interessa a alguém). Temos uns homens. Temos uma luta. Temos um festival da canção. Isto tem dado muita celeuma, diz-se muita coisa por aí, muitos concordam e aplaudem, muitos outros apupam e dizem que o país está perdido. Cá eu, que me entretive a ver o festival da canção, ainda crente de que alguma coisa de jeito podia sair dali, deixei-me estar e acabei por adormecer a meio das votações. É certo que também cheguei quase a adormecer a meio de algumas canções... mas avancemos. Na generalidade, e para não fugir à regra, as músicas a concurso eram francamente más e só havia uma de duas hipóteses - ou tinham boa letra e tudo o resto era mau; ou tinham boa melodia e tudo o resto era de descartar*. Estava curiosa para ver a atuação dos Homens da Luta, simplesmente porque não acreditava que passassem e queria perceber a dimensão desse fenómeno num cenário que não lhes era confortável. E o certo é que ganharam. E o também certo é que eu não estou nada contra. Passada a indignação e a cara em modo freeze de incredibilidade quando li as notícias na manhã seguinte, acabei por reconhecer que, sim senhora, faz sentido. A música não tem qualidade nenhuma, mas a letra é uma revolta pura, um gozo aos nossos governantes, ao que somos, ao que nos tornámos. Chega quase a ter um travozinho de intervenção. E pergunto eu, não será disso que precisamos? De ser abanados e de nos insurgirmos, irmos para a rua, mexermos o rabo de uma vez por todas? Para mim, a vitória dos Homens da Luta faz todo o sentido.  E o fundo com os cravos vermelhos, para quem se deu ao trabalho de o interpretar,  tem uma mensagem muito mais forte do que parece. Muito bem. Aguardo com expectativa a chegada à Eurovisão, quando os júris de todos os países tiverem acesso à letra traduzida e perceberem a porcariazinha que este país é e em que ese tornou.  E é bom que todos vejam, que se deixe de fazer teatro com as marionetas em que todos nos tornámos. Basta de maquilhagem, é bom que todos saibam o que se passa em Portugal, como o povo está descontente e, sobretudo, como, desacreditado de tudo, não se importa de ser envergonhado (porque nada mais há a perder) e leva uma música destas a um concurso internacional, visto em directo por umas boas dezenas de países. Os nossos governantes devem estar num delírio.
Sei que muitos não concordam, mas gostei que tivessem ganho estes palerminhas que, apesar de tudo, dizem muitas verdades. Não são burros nenhuns e sabiam, de antemão, que aquela era uma receita de sucesso. E souberam fazer muito bem a "campanha", admitemos. Não se enervem, meus amigos, nós nunca ganhamos nada e não. E se a Eurovisão é pura política, então joguemos o mesmo jogo, right?





* Minto. A do Axel, aquela do "Boom, boom, yeah não sei mais o quê", conseguia reunir numa só música  tudo o que  de mau podia existir. Estes artistas... sempre a inovar...



sexta-feira, 4 de março de 2011

Março.

Março costuma ser, por regra, um bom mês para mim. Facilita o facto de eu gostar desde sempre particularmente deste período do ano, não sei se pela ideia da chegada da Primavera, se pelos dias de sol, se pelo dia do Pai, se pelo aniversário de casamento das pessoas mais importantes da minha vida, se simplesmente pela sorte que (acredito que) o mês me traz. Invariavelmente, acontece sempre alguma coisa boa em Março. Há alguns anos, foi ter tido a oportunidade de oferecer uma viagem de sonho aos meus pais. O ano passado foi o reconhecimento pelo meu trabalho e o surgimento de uma oportunidade profissional há muito desejada. E este ano? Faltará Março à sua promessa?





quinta-feira, 3 de março de 2011


Eu quero e preciso MUITO de uma mudança na minha vida. Tento de todas as formas entrar por alguma via alternativa, mas todos os dias uma porta se fecha, qualquer que seja o caminho que esteja a tentar seguir. Tudo me impede de avançar, de mudar, de conhecer outros campos que não o meu. Sinto-me presa, sufocada e a cada dia menos válida nesta pocilga em que o meu país se tornou. Todas as expectativas se revelam inúteis,  todo o otimismo que me exigem me força a ser o que não sou neste momento.  Sinto-me a viver a dois ritmos: um que anima quem me rodeia, que vive de sorrisos e que faz acreditar aos outros que tudo está bem; e o outro, que me assola nos momentos de silêncio, de forma solitária e fria, e que me arranca do coração as lágrimas que me atormentam todos os dias. 
Estou cansada. 
Só me apetece baixar os braços e deixar cair o corpo.

 

quarta-feira, 2 de março de 2011

RGB


Ouvi hoje ao acordar a nova música dos "The Gift". Ou eu estava com muito sono, ou a voz da Sónia Tavares (já de si, a arrastar ao bêbedo) está pior do que nunca. O que até é pena, porque tudo o que não inclui a voz da dita senhora é excelente nessa música. Digam de vossa justiça.

Verde ou vermelho?


terça-feira, 1 de março de 2011

Quem espera sempre alcança ou quem espera desespera?


Dizem que a paciência é uma virtude. E eu sou tão, mas tão virtuosa.


Lá se vai mais uma memória...

Acordei hoje com o improvável barulho de uma motoserra. Fui a ver e estavam a cortar duas árvores nas traseiras da minha casa. Duas árvores que tinham décadas, que conheci desde pequenina, à volta das quais muito brinquei com os meus vizinhos, junto das quais fizemos muitos abrigos para cães abandonados, entre as quais fizemos construções improvisadas, que tanto serviam para nos divertirmos, como para nos protegermos da chuva ou até para praticarmos desporto. Estas árvores fizeram sempre parte do meu crescimento e marcaram os melhores anos da minha vida. E hoje foram abatidas. Em poucas horas. Estou triste.