segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O filho é vosso, não é meu!

Hoje veio cá a tal senhora das "visões", juntamente com o marido... Queriam que eu lhes desse uma (ou a) receita infalível de apoio escolar para que estivesse garantido que o filho ia ter sucesso e que, no futuro, seria médico. Se isto, por si só, já é ridículo, pior se torna se eu disser que o aluno tem apenas sete anos. Pois. E isto é só o início.

Depois, outra...
O filho é "a coisa mais importante da vida" deles, mas informarem-se sobre as aulas dele, o início da escola, os horários, as atividades obrigatórias e opcionais, etc. nada! Nem se deram ao trabalho de pensar, até à passada sexta feira, último dia de férias dos miúdos, que faltava ali qualquer coisa. Conclusão: nem livros o miúdo tem e vai entrar numa nova escola completamente perdido e alheado de tudo. Isto, sim, são pessoas cuidadosas e pais exemplares. A coisa piorou quando lá veio, de fininho, a desculpa do "ando sempre de um lado para o outro e não consigo lembrar-me de tudo". Sem comentários.

(Como o J. diz, se ela vê as coisas por dentro, também poderia ter visto o vidro das janelas da escola por dentro, que é onde são colados todos os papéis com todas as informações, inclusivamente as datas das reuniões com os professores e pais.)

Segue-se outra...
Pediram-me para ser eu a decidir o que fazer com o miúdo. Propus um plano semanal de apoio escolar e indiquei o que será feito nesses períodos. Expliquei 790 vezes a diferença entre as disciplinas obrigatórias e as opcionais (na escola). Alertei para o facto de os finais de dia muito preenchidos e com atividades desportivas não renderem tanto no estudo. Falei do descanso e da responsabilidade que deve ser atribuída às crianças. Chamei a atenção para todos os pontos. No fim, decidiram tudo a correr, sem qualquer consideração pelo que estive para ali a dizer - vai tudo corrido a apoio todos os dias, mesmo no final do tarde e não interessa nada se está cansado ou não, tem mais é que trabalhar. (Estão a ver o género, não estão?) Estive a cansar-me, portanto.

Finalmente...
Parece que viram um extraterrestre a comer uma francesinha quando lhes disse que eu não podia garantir sucesso, porque isso não depende só do meu trabalho. "Como assim?" - perguntaram eles.
Eu desesperei.
O que fui eu dizer? Então isto não é tipo ponho uma moeda / sai prémio?
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Aiii, santa paciência... vai ser este o meu caso bicudo deste ano letivo? (todos os anos tenho um diferente na rifa....)

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