quarta-feira, 30 de julho de 2014

Querem um bom filme de verão? Vamos lá voltar a 1989, então.

Esta semana cá em casa estivemos a ver o "Fim de semana com o morto", de 1989.

(Se se lembram deste filme, excelente; se não sabem do que estou a falar é porque são muito novos e, por isso, me vão fazer sentir velha, pelo que é preferível nos comentários dizerem sempre algo como "Ah sim, sim, lembro-me perfeitamente". Só para evitar chatices. :D) 


Andávamos há tempos para rever este filme e foi nestes últimos dias que o fizemos (e digo "dias" porque, nesta fase da vida, ver um filme completo num final de dia de trabalho é missão impossível; só à prestação e durante uns 3 dias... coisas de velhotes, gente nova que me lê!). 

E que boa ideia, a sério!Quando era nova, via este filme nas férias de verão quase tão religiosamente como o "Sozinho em casa" nas de Natal. Passados todos estes anos, ainda sabia a história de trás para a frente e até algumas falas de cor. Fiquei surpreendida como o filme continua a ter imensa piada, é leve, inteligente e está bem feito (com as devidas limitações da época). A idade fez-me valorizar muito mais a personagem do Bernie (o morto), porque acho que é quase impossível fazer-se tão bem de morto como ele o fez na altura. Há cenas com bastante piada, muitas das quais só agora, em adulta, percebo, e foi, definitivamente, uma boa opção. Recomendo vivamente! Têm coragem de fazer esta viagem no tempo?

Se me der para continuar a ir ao baú, vou-me tornar modernamente "vintage" (para não dizer antiquada, velha e mofenta) nas minhas escolhas de verão. Soa bem, mas não é muito a minha "onda". Veremos aonde o calor me quiser levar. Eu vou partilhando tudo, não saiam daí.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Vergonha deste país que rouba e se diz desenvolvido.

Há mais de um mês que fiz uma encomenda dos Estados Unidos. Pois que a encomenda foi alvo de verificação na alfândega do nosso país e esteve lá três semanas (três semanas!!!) até que eu recebesse uma carta registada a pedir documentos para poderem proceder ao desalfandegamento. Enviei tudo até por email para ser mais rápido, recebi de imediato a confirmação de que tudo estava OK e, através do serviço Tracking CTT, lá ia acompanhando o estado das coisas. Contactei os CTT para saber de que forma poderia saber se havia lugar a algum pagamento e eles deram a indicação de que se houvesse algo a pagar, tal me seria informado por notificação de email. Nada me foi dito. Fiquei descansada e percebi que as coisas até funcionavam - os meus comprovativos eram claros e nada havia a esconder.

Hoje vou à caixa do correio e vejo lá o aviso de levantamento de encomenda nos Correios. Quando reparo melhor, tenho uma cobrança de 30 euros pela encomenda. Fiquei piúrça!! O que é aquilo, afinal? O que se passa? Por que raio vou eu pagar o que quer que seja por algo que ficou provado ter sido pago, faturado e honesto? 

Digo-vos que não me calarei e irei reclamar à alfândega e no livro de reclamações deles, nem que para isso tenha de ir propositadamente a Lisboa, local onde todo o problema e implicância começou. Se há lugar a desconfiança e eles resolvem fazer uma verificação, por que carga d'água é que tenho de ser EU a pagar por isso, se tudo se confirma que está ok? Eu não percebo isto; esforço-me, mas não entendo! Trata-se de um serviço das Finanças e só isso explica muito, mas as coisas não podem ser assim. O Governo enche os bolsos com a máxima descontração e recorrendo à lei da pressão e do cumprimentos dos deveres legais e nós vamos sempre baixar as orelhas e pagar? Palahaçada de país, a sério!!!

Se quiserem aceitar um conselho, não façam compras de material vindo de fora da U.E., especialmente dos E.U.A. (pelo que tenho visto, é bem pior do que vindo da China), porque, provavelmente, irão pagar duas vezes o que encomendaram. São duas contribuições: uma para os impostos americanos e outra para os impostos portugueses!! Porquê? Não sei. Talvez porque tudo isto seja um circo!

E isto tudo para coisas honestas. Se fosse para contrabando, de certeza que nem seria alvo de verificação. Cambada de exploradores.



quarta-feira, 23 de julho de 2014

A noção de tempo.

Há dias, vinha eu das compras, cheia de sacos na mão (pormenor), quando ouvi um senhor ao telefone dizer: "Já foi tarde demais, agora não há nada a fazer". O tom com que disse isto foi tão incerto que não consegui perceber se se tratava de um assunto leve ou de algo bem mais pesado, ou se era de âmbio pessoal ou profissional sequer. Mas fez-me pensar. 

Nós damos tanta importância ao tempo no dia a dia, para as rotinas diárias, que nos esquecemos de pensar no tempo fora desses limites. Já pensaram como é importante o tempo, como noção de intervalo temporal, em vez de tempo como o vemos todos os dias - a passagem dos minutos num relógio?


Sou sincera: desde a adolescência que vivo com medo de deixar que passe tempo demais sobre alguma coisa. Uma doença que não se apanhou a tempo; uma fase da vida que não se aproveitou com tempo; uma oportunidade que foge por não a agarrarmos a tempo; uma pessoa que se perde por não termos tempo para ela; uma vida que se desgasta e que não permite ter tempo para o que importa. 

E aquela questão do que o tempo pode significar para cada um? Outro dilema meu, que me ocupa bem o pensamento. Quantas e quantas vezes pensei que aqueles 10 minutos infindos para mim são os 10 minutos mais importantes na vida de alguém? Passam-me tantos cenários pela cabeça, nem imaginam... Enfim, tudo isto me apoquenta.

Podem rir-se destas minhas coisas, mas eu penso mesmo muito nisto e isso ajuda-me a relativizar muita coisa e a
estabelecer prioridades. Considero sinceramente que consigo gerir muito bem o meu tempo e dedicar-me a tudo e todos a que me quero dedicar e que necessitam de mim. Acho que, tanto na vida pessoal, como na profissional, sou boa gestora do tempo e das responsabilidades e apenas falho no tempo que dedico inteiramente a mim. De resto, acho que passo em todos os parâmetros com nota 20.

Vocês pensam alguma coisa nisto? Consideram-se bons gestores do vosso tempo?
Ou serei a única a queimar neurónios com isto?

terça-feira, 22 de julho de 2014

A sério, não vale a pena enviarem a vossa candidatura, se...

... reencaminham um email tipo "chapa 5" para todas as empresas, se nem sequer uma menção fazem à entidade para a qual se estão a candidatar e, sobretudo, se não retiram o "FW" do assunto da mensagem. Quem quer trabalhar com gente assim, que nem a esse (chamemos-lhe) trabalho se dá? Para mim, escusam de ter esse desgaste. Não será comigo que vão trabalhar.

(Eu bem digo que há muita gente que não quer trabalhar.)


segunda-feira, 21 de julho de 2014

"Experimentei e..." - Luso Tea

Esta é a nova secção do blogue: "Experimentei e...", na qual conto dar-vos o meu parecer sobre produtos mais ou menos recentes que ando a experimentar por aí. Não sei se é interessante, mas penso que pode constituir uma ajuda ou um incentivo para alguém. Não sou paga para dizer nada (também não aceitaria!), nem estou a ser opinativa para conseguir qualquer objetivo que não seja puramente o de vos dar conta da minha experiência e de deixar o meu testemunho.
(No entanto, se as marcas quiserem fazer aqui passatempos ou enviar amostras para nós todos, está tudo bem por mim! ;) Eh... acho que não chego a um nível desses... enfim, não custa tentar! :D)


Como quase metade da população portuguesa, lá ganhei um vale de desconto no garrafão de 5 l de água do Luso para comprar com desconto o novo Ice Tea da Luso - a Luso Tea.

Experimentei e... não gostei!

Optei pelo Luso Tea de Frutos Vermelhos e fiquei muito desiludida, sobretudo por ter, há dias, experimentado uma água da marca Luso que me deixou rendida (e de que falarei brevemente). No entanto, esta é mesmo muito fraca, na minha opinião. Sabe só e unicamente a chá preto (que detesto, o que não ajuda) e o leve travo a frutos vermelhos parece um sabor meio avinagrado. Não sei explicar bem, mas não gostei, nem achei nada leve e natural, como dizem. Acho inclusivamente bem mais pesado do que o meu querido Ice Tea da Lipton (será que em versão "Limão" a coisa melhora para o lado do Luso Tea?). É pena, tinha expectativas elevadas. Pelo menos no de Frutos Vermelhos, nem o desconto compensa.

Luso Tea? Naaaaa...

Voltar a onde se foi feliz ou deixar cada coisa no seu tempo próprio?

Há dias, numa ida ao Facebook, fui surpreendida com a criação de um evento dinamizado por ex-colegas meus de turma e escola: uma dos mui afamados jantares de reencontro de alunos. Torci logo o nariz, porque tinha lá o convite chapado à minha frente e não me apetece mesmo alinhar. Não sou nada apologista destas coisas, confesso. Não é ser antissocial, é achar que tudo tem o seu tempo próprio e que esses reencontros ao género "10 ou 15 anos depois", regra geral, só me trazem desilusões. As pessoas mudam muito, a vida leva-as por caminhos diferentes e tornam-se seres humanos naturalmente diferentes, bem sei. O que me incomoda mais é que, nesses eventos, por regra, todos querem parecer o que não são e a futilidade e o espalhafato vêm ao de cima. O que vemos ali não é a realidade (nalguns casos, felizmente!) e está tudo a querer mostrar que não "falhou" na vida, mesmo se a vida não lhes sorriu como era esperado ou merecido. Acho estes jantares uma fantochada e um teatro pegado, e não é coisa com a qual me identifique minimamente.

Ao falar com um grande amigo meu da altura que se mantém até hoje, confirmei que não sou a única e que ele também não alinha neste tipo de iniciativas, pelos mesmos motivos. Fiquei mais descansada. Contra a grande maioria que adora estes reencontros, não sou uma raridade por não gostar de alinhar nesta coisa forçada que é fingir que tudo está na mesma, que somos todos amigos e que seremos inseparáveis a vida toda. Quem quis tornar-se inseparável, fez por isso e não deixou que os contactos se perdessem ou que a vida os afastasse de quem queriam ter perto de si. Esta é a minha ideia.

Para esta minha atitude também contribui o facto de ter, ao longo destes anos, encontrado várias pessoas desse tempo e de ter manifestado um enorme entusiasmo por as reencontrar e, em resposta, apenas receber secos "sins" e "nãos" e uns quantos comentários sobre trivialidades sem interesse. Porque haveria agora, da parte deles, haver essa súbita curiosidade e alegria em me reencontrar? Uma das situações mais crassas foi, aliás, com uma professora minha da época que, por sinal, eu adorava e me tinha sempre ajudado muito a não desistir dos meus sonhos profissionais. Um dia, ela entrou pela porta da minha empresa a propor-se colaborar como professora. Mal a reconheci, fiquei extasiada e falei com ela com uma imensa alegria e até emoção; ela, pelo contrário, foi do mais "seco" que podia ser, focou-se unicamente no seu propósito de ir entregar o CV e saiu. Falta de humildade? Má educação? Pressa? Enfim, não percebi, mas nesse dia fiquei mais do que triste, como imaginam.

Enfim, esta e outras situações fazem-me crer que as coisas têm o seu tempo próprio e que, de facto, não deveremos voltar uma segunda vez ao "lugar" onde fomos alguma vez felizes. Cada coisa no seu tempo. E se hesitar, basta pensar que sempre que caí na tentação e acreditei que os outros estariam na mesma sintonia que eu, desiludi-me. Posso parecer antissocial, mas apenas estou a ser fiel a mim mesma. Assim sou mais feliz.

Como reagem vocês a estes reencontros? Participam? Gostam? Concordam comigo ou são o oposto de mim? ;)


(Hei de continuar esta questão do Facebook e dos amigos num outro post, está prometido!)


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Do avião que foi atingido por um míssil.

Não páro de pensar no que é ir num avião ou ter alguém próximo a viajar em lazer ou em trabalho, tranquilamente no seu voo, e ser repentinamente atingido por um míssil. Não consigo imaginar semelhante. Já pensei em todos os cenários, já transpus tantas vezes essa ideia para uma TAP ou uma uma Lufthansa, que nem imaginam. Que frieza é necessária para fazer tal coisa? Que desumanidade?

Não sei que voltas o mundo vai dar. Mas vai, de certeza. E para bem pior. E nós estamos aqui mesmo ao lado do acontecimento. Tenho, neste momento, muito medo do que aí virá e temo que vamos viver algo que não imaginámos, sequer, que viéssemos a viver. Parece-me que isto é tão mau ou pior que o 11 de setembro em termos de repercurssões futuras. Estou com bastante medo, confesso.


terça-feira, 8 de julho de 2014

Os pais também mentem?

Outro dia, enquanto estava na minha jornada de 6 horas a passar roupa a ferro (sim, eu mereço umas férias, também concordo!), vi o progarama "Alta Definição", com Luísa Castel-Branco como convidada. Das muitas coisas que disse sobre a vida, prestei especial atenção à forma como falou da saúde, da fragilidade e da relação com os filhos e netos. E entre esses desabafos, disse uma coisa que realmente me incomodou, por eu crer ser verdade na minha própria realidade: que os pais nunca são totalmente francos com os filhos em relação à sua saúde, que nunca contam toda a verdade, porque isso é ser pai. Naquela hora confesso que "transportei" essa informação para a minha vida e só consegui dizer uma coisa, que completava o que a convidada havia dito: "... que é um ato bem egoísta, por sinal".

Das coisas que mais temo na vida é perder os meus pais. A mínima questão de saúde relacionada com eles deixa-me com uma ansiedade tremenda; a espera de resultados então deixa-me alterada por completo. Sei que a vida não dura para sempre e tudo tem um fim - e que esse fim chegará inevitavelmente. Cada dia que passa, aceito mais as coisas, mas custa muito pensar - só pensar - nisso. 

Já passei por situações nada leves com os meus pais e que foram superadas sem que eu tivesse a real noção das coisas, precisamente porque cumpriram esse tal papel - que eu, apesar de compreender, volto a dizer que acho imensamente egoísta - de não me dizerem toda a verdade. Foi-me dada a verdade conveniente para não sofrer. Percebo a lógica, compreendo que um pai faz tudo para não ver um filho sofrer, mas, com isso, não estará a criar uma ilusão de algo que, inevitavelmente, vai ser posto a descoberto e sabido, mais cedo ou mais tarde? Será essa queda inferior à primeira, a tal anestesiada pela ilusão?

Sempre pedi e peço aos meus pais para serem totalmente francos comigo e me dizerem TUDO em relação à sua saúde, porque pode realmente fazer a diferença, se algo surgir. Não se trata de apaziguar dores, trata-se de lutar em conjunto e tentar vencer os "bichos" que possam surgir no nosso caminho. No entanto, e quase tão certo como eu me chamar Joana, aposto que tal nunca será exatamente assim, por mais que me garantam que sim, porque os bons pais pensam exatamente da forma que a Luísa Castel-Branco: sabendo que é errada, sabem também que é exatamente a certa para não roubar 1mm que seja à felicidade dos filhos.

Percebo tudo isto. Mas que a garantia dos meus pais seja real, é só isso que peço.