quarta-feira, 23 de julho de 2014

A noção de tempo.

Há dias, vinha eu das compras, cheia de sacos na mão (pormenor), quando ouvi um senhor ao telefone dizer: "Já foi tarde demais, agora não há nada a fazer". O tom com que disse isto foi tão incerto que não consegui perceber se se tratava de um assunto leve ou de algo bem mais pesado, ou se era de âmbio pessoal ou profissional sequer. Mas fez-me pensar. 

Nós damos tanta importância ao tempo no dia a dia, para as rotinas diárias, que nos esquecemos de pensar no tempo fora desses limites. Já pensaram como é importante o tempo, como noção de intervalo temporal, em vez de tempo como o vemos todos os dias - a passagem dos minutos num relógio?


Sou sincera: desde a adolescência que vivo com medo de deixar que passe tempo demais sobre alguma coisa. Uma doença que não se apanhou a tempo; uma fase da vida que não se aproveitou com tempo; uma oportunidade que foge por não a agarrarmos a tempo; uma pessoa que se perde por não termos tempo para ela; uma vida que se desgasta e que não permite ter tempo para o que importa. 

E aquela questão do que o tempo pode significar para cada um? Outro dilema meu, que me ocupa bem o pensamento. Quantas e quantas vezes pensei que aqueles 10 minutos infindos para mim são os 10 minutos mais importantes na vida de alguém? Passam-me tantos cenários pela cabeça, nem imaginam... Enfim, tudo isto me apoquenta.

Podem rir-se destas minhas coisas, mas eu penso mesmo muito nisto e isso ajuda-me a relativizar muita coisa e a
estabelecer prioridades. Considero sinceramente que consigo gerir muito bem o meu tempo e dedicar-me a tudo e todos a que me quero dedicar e que necessitam de mim. Acho que, tanto na vida pessoal, como na profissional, sou boa gestora do tempo e das responsabilidades e apenas falho no tempo que dedico inteiramente a mim. De resto, acho que passo em todos os parâmetros com nota 20.

Vocês pensam alguma coisa nisto? Consideram-se bons gestores do vosso tempo?
Ou serei a única a queimar neurónios com isto?

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