sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Perdi-me.

Estou numa fase da minha vida em que não gosto de onde estou. Gosto da minha profissão, dos meus amigos, da minha família, do nosso cão, de ter as minhas pessoas com saúde e da minha forma de ser. Mas tudo o resto à volta, neste momento, me desagrada. Estou exausta e farta de tudo o que sai deste meu círculo de coisas boas. A sério que sim. Tudo me parece querer levar a acreditar que sou eu que sou muito fantasiosa e sonhadora, que sou muito exigente a até egoísta, que não sou compreensiva, que não percebo nada de nada. De onde deveria vir tudo o que é bom não vem. Do lado de onde deveria partir o sonho, a imaginação, a expectativa, os planos e a melhor sensação de felicidade do mundo não vem. Sinto que perdi o que tinha de melhor e sinto que a vida não me dá aquilo por que luto. Nada chega, mesmo. Estou completamente esgotada e farta e, aos olhos dos outros, nem de perto estou aí. Tenho mais é que aceitar que as coisas são o que são e que nada de diferente me espera. E desanimo completamente. Estou sozinha. Há uns 10 anos, eu não era assim, era uma pessoa de quem eu realmente gostava. A idade era outra, mas a forma de conseguir a felicidade era outra também. Neste momento, já nem me lembro dessa fórmula. Estou mesmo perto de uma cisão com isto tudo, porque eu acabo por não me reconhecer no meio disto tudo. Eu não sei bem onde estou e onde perdi a Joana que era. Mas sei que não sou a melhor Joana que já fui, que não tenho o coração inundado de coisas boas como tinha, que deixei de fazer planos e de sonhar como sempre fiz, que me deixei dos meus momentos de loucura saudável, de risos e de disparates característicos, que estagnei e que à minha volta tudo me puxa para baixo. Não gosto deste meu eu. E continuo sozinha no meio desta busca pela minha antiga pessoa, que tão feliz me fazia. Onde raios me perdi?


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