sexta-feira, 22 de junho de 2012

A vida a ensinar-me.

Ontem falei de autocarros, de velhinhos, de gratidão e de amor. Hoje não é diferente. Apenas numa versão muito mais enternecedora.

No autocarro, sentado à minha frente, estava um casal de velhinhos. A senhora apresentava alguma demência e falta de memória e o marido respondia-lhe calmamente a tudo, mesmo quando as perguntas se repetiam. O senhor pôs a mão dele aberta, com a palma virada para cima, no colo da sua mulher, como que a pedir que também ela juntasse a sua mão à dele. Assim foi e o senhor entrelaçou os dedos nos dela, apertou-lhe a mão e foram assim o resto da viagem. Quase me comovi, mas lá consegui aguentar.



À saída, estava a senhora a tentar levantar-se e eu ajudei-a, amparando-lhe o braço. Nada de mais, mas a senhora foi tão grata, que só dizia "Linda! Linda! A menina é muito linda, obrigada!". E, no final, deu-me um beijinho na mão e agradeceu uma última vez antes de sair.
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Foi um momento maravilhoso do meu dia, digo já. Senti que vi ali, não só um exemplo de amor e dedicação plena, como também de gratidão e de respeito. Acho que foi uma mensagem da vida a dar-me conta que vou no caminho certo como ser humano. E não há maior riqueza do que esta, sentir que a nossa existência faz sentido e é importante para os outros.

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