segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O meu Natal foi hoje.

Hoje foi o dia em que senti que cumpri o espírito natalício. Estive com uma ex-aluna a quem a vida pregou algumas partidas cedo demais e que, ao longo de todo o caminho, ganhou mais maturidade do que mulheres da minha idade em muitos anos. É uma jovem alegre e sempre com espírito positivo, apesar de a vida não ter sido (nem ser) nada fácil para ela e ter que viver muitas coisas só para si. A muito custo, consegui que as partilhasse pelo menos comigo, o que, há largos meses, culminou num desespero tal que a levou a largar os livros no meio da rua e a abraçar-me com uma enorme força e num choro longo e sufocante. Foi muito difícil ver uma jovem a sofrer sozinha tudo aquilo e, mais ainda, não sentir que a quem quer que ela contasse o que se passava, fosse ter o apoio de que precisava. Desliguei-me, por isso, do meu papel estritamente profissional e assumi a vertente humana que a fez confiar em mim. E confiou.
Saber que eu desempenhei um grande papel nesse processo de recuperação, nessa caminhada difícil e que fui, de facto, uma professora que se transformou numa amiga de confiança para a minha aluna é uma satisfação. Foi vê-la hoje a sorrir para a vida com uma alma cheia de energia, uma alegria imensa.
Hoje, sim, tive o meu Natal.

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