sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Quem me manda a mim ser certinha?

Acabo de ligar para um serviço municipalizado para dar a contagem da água. Do outro lado, atende-me uma senhora cheia de sono e com voz de quem quer é que não a chateiem, que não lhe pagam para estar a atender telefones e com isso interromper qualquer que seja a sua outra atividade. E foi assim:

- Bom dia! Queria dar a contagem da água, por favor.
- Qual é o número do cliente?
- (...)
- (... - diz o nome da pessoa) - é assim?
- Sim, exatamente.
- E qual é a contagem?
- (...)
- É isto?
- É sim, obrigada. Bom d...
 E desliga-me o telefone.

Portanto, a senhora estava sem vontade a atender, em todo o diálogo nem um "bom dia", nem "obrigada", nem "por favor", pergunta-me com a sua melhor voz de tédio "É isto?" e, não bastasse a apatia (para não dizer pura displicência), desliga-me o telefone enquanto eu estou a despedir-me calmamente e a agradecer por um serviço de péssima qualidade. 
Eu sei que trabalhar às vezes cansa e chateia, mas ó senhora... saia lá daí e deixe trabalhar quem quer trabalhar! Eu nem gosto da crítica banalizada ao funcionalismo público, mas isto - não sendo aparentemente nada de especial - é demais. E depois querem-me convencer que estes funcionários da câmara passam todos por processos morosos, exigentes, cheios de provas de conhecimentos sobre legislações, direitos, deveres e por aí fora para serem recrutados. Deve ser, deve. Agora percebo porque me perguntaram numa entrevista se eu era calma e organizada a atender telefonemas. É que sendo, devo ter logo definido a minha sentença de morte para o cargo. Que revolta.

4 comentários:

Anónimo disse...

Por falar em deixar o lugar livre para quem quer trabalhar, o meu médico tem uma funcionária que dever estar nos seus 70. Tem genica, sim senhora, o que não tem é paciência. Uma vez ia pagar uma consulta de 11 euros (com seguro, é claro) com uma nota de 20 e o diálogo foi o seguinte:

- Não tem mais trocadinho?
- Não, por acaso não tenho.
- Mas é que eu não tenho troco para lhe dar.
- Pois, mas eu não tenho trocado.
- Também as pessoas devem achar que isto é um banco.

E levanta-se para ir trocar dinheiro à colega que está a uns passos dela.

Eu, que já assisti a outras bocas que a senhora mandava a outros fruto da sua impaciência, limitei-me a rir.

Ontem, queixando-se que já tinha passado da hora de ela sair e depois de eu já ter pago adiantado (não é costume) pois era a última paciente, repetia vezes sem conta que tinha o marido dela de 82 anos à espera dela. Ao que eu comento que por mim, visto que já paguei, podia ir embora. Pelos vistos caíu-lhe mal... "Se quiser, posso devolver-lhe o dinheiro. Que não seja por isso!" Eu riu-me. :)

Escrevi tanto que acho que tenho de criar o meu próprio blog (NOT!). :P
bjs
K

Joana disse...

Essa senhora devia era ser muito amiga da das águas... :P
Bjins e bom fim de semana!

M.M. disse...

Concordo que há muitas pessoas incompetentes e parvas a ocupar um lugar que poderia ser ocupado por outros que o fariam melhor, mas acho que isso nao acontece so com funcionarios publicos... alias o exemplo da anonima é isso mesmo :)

E sim os funcionarios publicos passam mesmo por processos de selecçao complicados (nao, nao sou funcionaria publica :p ). Nalguns casos havera trafulhice, mas noutros certamente que nao!

Beijinhos :)

Joana disse...

Olá M.M. :)

Eu sei que eles presentemente passam por processos complicados e morosos de recrutamento, mas estes funcionários mais antigos certamente trilharam um caminho diferente...
Eu não sou nada contra os funcionários públicos, aliás já me candidatei algumas vezes a sê-lo, mas esta situação, particularmente no momento em que aconteceu, fez-me especial confusão...

Beijinhos*