quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Que educação é esta?

Todos os dias sou assolada com notícias e mais notícias sobre a educação em Portugal. Ou porque pela centésima vez as regras mudaram, ou porque o sistema não funcionou, ou porque há greves, ou porque há FENPROF e outros que tais que promovem mais agitação do que qualquer outra coisa, ou porque há manifestações nas ruas, ou porque há professores a tirar cursos de nomadismo, ou porque o Governo fez isto e aquilo, ou porque as listas não saíram, ou porque as crianças não têm aulas há mais de mês e meio, ou porque os professores são, para muitos, as bestas da sociedade que se queixam sem motivo, ou porque deveria ir alguém para lá que percebesse da "poda", ou porque "no meu tempo é que as coisas funcionavam", ou porque a culpa é das faculdades que não impõem limites ao número de candidatos, ou porque há (não há, melhor dizendo) avaliações nas escolas, ou porque os agrupamentos de escolas são, muitas vezes, negócios, ou porque os pais batem nos professores, ou porque os alunos são insurretos e, em troca, vão para casa passar dois dias a ver televisão, ou porque todos pedem o "escalão" e têm acesso a ele quantas vezes sem qualquer direito, ou porque há amianto nas escolas, ou porque as crianças não podem ser deslocadas 1km para uma nova escola porque, segundo os pais, estão "habituadas", ou porque o ministro é um irresponsável e só faz borrada, ou porque o Governo não se interessa pela educação, ou porque o que raio mais houver.

Isto é tudo verdade. Mas a maior verdade é que um dos pilares de uma sociedade é a educação. E se tudo continuar a ser assim - as injustiças, o desrespeito, a liberdade sem limites, as más decisões e, sobretudo, a impunidade - a nossa sociedade e o nosso país estão condenados. Destruam a educação, criem estes estigmas, levantem estas barreiras, disponham das pessoas como querem, deem a liberdade sem restrições, não recuem um anos no conceito de "educação" e depois esperem sossegadamente que se erga, daqui a uma ou duas décadas, uma camada da sociedade capaz de nos levantar e, sobretudo, de nos manter de pé. Esperem e vejam. Talvez sejam surpreendidos.

Esta impunidade e displicência em relação a tudo o que se está a passar revolta-me. Estamos a ser parvos, mas parvos a valer. É que isto afeta-nos a todos. TODOS MESMO. No entanto, permanecerá uma luta só de alguns. Estou muito certa que tudo isto vai acabar muito mal, acreditem. E seremos todos responsáveis por e quando isso acontecer. Sem distinção.

1 comentário:

JAY disse...

Este é o futuro...

... e agora nem isso...