quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Eu e os serviços de atendimento.

Chego a um balcão de informação de uma grande superfície de bricolage/decoração e vejo que estão lá dois funcionários: um senhor a tratar dos assuntos de um casal e uma menina ao telefone. Lembrem-se que eu estava lá, a aguardar a minha vez de ser atendida. Só para perceberem por que motivo acho que isto é merecedor de um post. Então vamos lá.

A rapariga vê-me lá e continua ao telefone com uma colega. De pé, cotovelos apoiados na mesa, rabo empinado para trás a balançar. Só faltava enrolar o fio de telefone para parecer uma chavala a namorar. E lá ouço a conversa:

"O quê? Não, filha, não é esse!... (...) Sim, acho que sim, meu amor. (...) Tens razão, ó boa, deve se essa a referência. Nós é que não temos cá o móvel e temos aqui um casal a chatear que só quer esse modelo. (...) Obrigada, faneca. Um grande beijo nessa bunda."

Acabou a conversa, desligou o telefone e, com toda a naturalidade do mundo, olhou para mim, fez um sorriso falso e atendeu-me com toda a formalidade e distância que ali se exige.
O desrespeito pelos clientes foi atroz e a incapacidade de perceber que não está no puff do seu quarto de adolescente ainda pior.
Cheguei a recear que ela me dissesse alguma coisa que não devia ou que se despedisse de mim a chamar-me "faneca" ou "bombom", mas felizmente aguentou-se na sua diarreia verbal de bairro e eu lá me safei. Não tratei do meu problema, mas também fiz por não insistir, porque estava visto que não era ela que me ia conseguir solucionar a coisa. 

E são estes os nossos serviços de atendimento ao público. Exemplares. Ainda bem que há critérios tão rigorosos nos processos de recrutamento, hoje em dia. Vale bem a pena, salta à vista.
Ai, vida...
Digam lá se os meus dias não são uma alegria.


1 comentário:

Anónimo disse...

:D Obrigada por me teres feito rir! Ou, já agora...
"Obrigada, faneca. Um grande beijo nessa bunda."
K