quinta-feira, 7 de abril de 2011

Do FMI.

Ouvia há pouco o Camilo Lourenço a falar sobre a realidade FMIana de que a partir de hoje fazemos parte e fiquei satisfeita por saber que muito do que penso não está assim tão longe da verdade. Eu sempre fui a favor da entrada desta organização no nosso país. Aliás, penso até que o pedido de auxílio já deveria ter sido feito há muito. Para mim, todos os receios que se instalaram na hipótese de uma possível entrada do FMI por Portugal adentro foram sempre e só uma estratégia política de orgulho, o tal "orgulhosamente sós" dos tempos da ditadura - um princípio, a meu ver, totalmente errado e ao qual a mente dos portugueses foi engenhosamente toldada. De repente, vimo-nos a acreditar na palavra dos políticos - "São mentirosos, mas têm razão nisto do FMI". Abramos os olhos! Para onde quer que nos viremos teremos sempre sacrifícios à nossa frente. Não é preferível apertar o cinto na certeza de uma melhoria em vez de uma constante dúvida num futuro que nunca se imaginou tão negro?

Que bom que finalmente vem a ajuda externa. Deixemo-nos destes falsos pretenciosismos de que somos capazes, de que somos desenrascados e mais não sei o quê. Desde o 25 de Abril, o Fundo Monetário Internacional já entrou no nosso país duas vezes e ninguém morreu por isso. Muito pelo contrário. Conseguimos sair do lodo e recuperámos o que, desde sempre na nossa história, nunca soubemos manter - a nossa estabilidade. Por isso, não me venham com argumentos de que não é bom, de que agora é que vai ser. Sim, o IVA deve subir dois valores percentuais; e sim, a vida vai ficar mais cara. Mas se é para apertar o cinto, ao menos que seja rápido e de uma só vez, e não progressivamente ao longo de décadas. É difícil? É, claro. Resolverá os nossos problemas? Acreditemos que sim. Haja inteligência e bom-senso nos cortes de pensões e subsídios e na gestão dos organismos, que todos os sacrifícios - acredito - valerão a pena.
Bem vindo, FMI.

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