quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Da tolerância

Esta coisa do Carlos Castro está a atingir proporções que me parecem muito questionáveis. Sou intolerante a estes episódios de novela que se começaram a desenhar em muitos programas e revolto-me com os teatros televisivos que se montam a partir de histórias que deveriam exigir o mínimo respeito. Chegou-se a um ponto demasiado baixo, onde se esmiúça sem desdém a vida dos outros, onde se expõe publicamente o que a ninguém diz respeito e onde se coloca em causa os valores de tolerância que tanto custaram a conquistar. Vejo com repugnância o surgimento nas redes sociais de movimentos de apoio ao jovem que cometeu o homicídio e de comentários homofóbicos totalmente imbecis e - para mim - incompreensíveis, sobretudo quando vindos de uma geração muito mais informada e teoricamente mais tolerante à diferença. 
Não percebo as mensagens que circulam, as piadas que se fazem, as teorias que se inventam sobre este crime. Não acho a mínima graça. E não é por se tratar de uma figura pública - eu nunca gostei do Carlos Castro. Detesto a troça que se está a fazer a partir de um caso sério, da facilidade com que um crime hediondo e tão ofensivo pode dar origem a uma chacota nacional e transformar-se de forma tão descabida em matéria-prima para quem quer ter piada. 
Vermelho, sem dúvida.

Sem comentários: